Resultados do 1º turno das eleições para reitor da USP
Diretor da Física São Carlos vence 1º turno para reitor da USP
Glaucius Oliva recebeu 756 dos 1.641 votos nesta terça-feira, 20; índice de abstenção foi de 15%
SÃO PAULO – O primeiro turno para eleições para reitor da Universidade de São Paulo (USP) colocou nos três primeiros lugares os diretores do Instituto de Física de São Carlos, Glaucius Oliva, o da Faculdade de Direito, João Grandino Rodas, e o pró-reitor de pós-graduação, Armando Corbani, nesta ordem. A apuração dos 1.641 votos – com abstenção de 15% – ocorreu na noite desta terça-feira, 20. O segundo turno do pleito gera uma lista de três nomes, que são encaminhados para o governador José Serra (PSDB) determinar o vencedor.
Oliva recebeu 756 votos; Rodas, 643; e Corbani, 423. Em seguida vieram o professor do Instituto de Matemática e Estatística Francisco Miraglia (293), a diretora da Faculdade de Educação, Sonia Penin (272), o pró-reitor de cultura e extensão Ruy Altafim (202), o coordenador da Comunicação Social Wanderley Messias (167) e o diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Sylvio Sawaya (69).
A atual reitora, Suely Vilela, afirmou que “os que estão liderando estão bem preparados”. Ela também disse que o seu substituto deveria se preocupar em organizar a avaliação dos cursos de graduação. A instituição não participa do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Suely também defendeu mudanças no processo eleitoral, criticado por estudantes e funcionários, que têm baixa representatividade. “Todos deveriam votar, mas poderia seguir a proporcionalidade estipulada pela LDB”, diz, referindo-se à lei federal que pede eleições universais nas universidades, mas com peso maior para os votos dos professores. Segundo ela, não houve tempo em sua gestão para mudar o processo, apesar de ter isso sido debatido.
Protestos
Dois protestos realizados nesta terça-feira na Cidade Universitária foram os únicos sinais visíveis de movimentação política. Os estudantes pedem eleições mais democráticas, com maior participação de alunos e funcionários. Cerca de 1,9 mil eleitores, dos quais 165 são alunos, poderiam votar para escolher o 25º reitor da instituição. O primeiro turno determina uma lista com oito candidatos ao cargo, já que todos os professores titulares da USP podem receber votos. No dia 10, um colégio eleitoral menor escolherá a lista tríplice que vai ser enviada ao governador José Serra (PSDB).
Uma das manifestações ocorreu no período da manhã, no Instituto de Psicologia, enquanto professores, alunos e funcionários se dirigiam às urnas. Teve faixas e distribuição de panfletos, propondo um maior peso para alunos e funcionários no pleito. A segunda partiu da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e reuniu cerca de cem estudantes que caminharam com faixas, carro de som e rojões até a reitoria. Durante alguns minutos, paralisaram o trânsito na Avenida Luciano Gualberto. Não houve confronto, apenas discussões com motoristas que tentavam furar o bloqueio. O Diretório Central dos Estudantes da USP (DCE-USP) coordenou as duas manifestações.
Nas demais unidades, o clima foi tranquilo. No câmpus da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) houve uma única urna. Em Ribeirão Preto, das 285 pessoas que tinham direito a voto, 268 compareceram. Das 114 pessoas com direito a voto nos câmpus de Piracicaba e Pirassununga, 84 compareceram aos locais de votação.
Fonte: estadão.com.br
Resultados são apresentados
Foram escolhidos os oito nomes que compõem a lista de candidatos ao cargo de reitor da Universidade de São Paulo (USP), em apuração realizada no prédio da Reitoria. A colocação foi a seguinte: Glaucius Oliva obteve 756 votos; João Grandino Rodas, 643 votos; Armando Corbani Ferraz, 423 votos; Francisco Miraglia, 295 votos; Sonia Penin, 272 votos; Ruy Alberto Correa Altafim, 202 votos; Wanderley Messias da Costa,167 votos; e Sylvio Sawaya, 69 votos. Os votos brancos totalizaram 1.551 e, os nulos, 364.
Fonte: Blog da Comissão Eleitoral responsável pelo processo de escolha do novo reitor da USP
Pois é, os votos brancos totalizaram 1.551 e, os nulos, 364, o que dá 41% dos votos.
Compare esses números com o total de votos do primeiro colocado (que totalizou 756 votos). Só uma observação…
Nathalia Sautchuk Patrício (nathysautchuk) 's status on Wednesday, 21-Oct-09 03:40:33 UTC - Identi.ca said,
21/10/2009 às 00:40
[…] Resultados do 1º turno das eleições para reitor da USP: https://comissaodereflexao.wordpress.com/2009/10/21/eleicao-para-reitor-1-turno/ […]
Diego Rabatone Oliveira said,
21/10/2009 às 08:36
Eu acho que esse nível de abstenção é uma clara consequência do fato dos professores titulares serem “natos” e não representarem ninguém mais que eles mesmo. Eles não possuem responsabilidades de representação, então o desinteresse é altíssimo, é a mesma coisa que acontece na Congregação da Escola Politécnica. O percentual de não presença dos professores titulares é altíssimo (sempre se tem dificuldade de atingir o quorum mínimo para votações – 50% da casa), sendo que os representantes (estudantes, funcionários, profs. doutores, etc) dificilmente ão estão presentes. O que dá pra concluir que a abstenção dos docentes “natos” é maior que 50% em geral.
Precisamos urgente de uma reforma democrática na Universidade, não acredito num futuro brilhante e grandioso se ela continuar tão avessa à democracia e à participação. E uma reforma democrática só pode ser feita num processo democrático, uma “cúpula” escolhida por uma pessoa (Reitora/Reitor) não é democrática e não fará a reforma realmente democrática que é necessária.
Bruno said,
21/10/2009 às 11:30
Eu sinceramente acho q esse nível d abstenção é reflexo da falta de democracia mas pra mim é claro q isso só ficou evidente e as pessoas começaram a ligar os fatos e se preocupar com isso depois do choque entrar na usp e tocar o terror lá…
Sabemos q só votar nulo ou se abster não é suficiente…. mas é um começo….!!!
Haydee Svab said,
21/10/2009 às 15:36
O que me incomodou foi a quantidade de brancos, nem foram os 15% de abstenção. Esse índice é razoável, visto o desinteresse e descrença na política como um todo no Brasil.
O que estranhei verdadeiramente foram os brancos: eles totalizam 31.51%, mais que a soma dos dois primeiros candidatos (15.36 + 13.06)%.
O que significa um voto branco? Significa que tanto faz como tanto fez.
Pode-se pensar isso porque visto que passam 8 ao segundo turno e qualquer fosse o voto de cada pessoa todos passariam, é possível entender o descaso, ingênuo descaso. Ou então, pode-se pensar que todos têm igual potencialidade de desempenho no exercício do cargo, o que é óbvia inverdade e de fácil constatação – só é preciso ler os programas dos candidatos ou ir a um debate para perceber. Ou ainda, o que é mais triste e mais provável, as pessoas apenas votaram para dizer que votaram e não entrarem para as estatísticas das abstenções e do descarado descaso.
Bem, votar branco significa aprovar o processo atual e dizer tanto faz quem me represente. Isso é um erro estratégico, é deixar de se expressar sua vontade ou a de seus representados, corroborando para a criação de um fato político – instrumento de pressão sobre o segundo turno.
O voto branco é um descaso não assumido, ao contrário da abstenção.